Cirurgia de jovem é interrompida após equipe identificar instrumentos molhados em hospital de SC
13/08/2025
(Foto: Reprodução) Paciente tem cirurgia interrompida no meio por risco de contaminação
Um paciente de 22 anos teve a cirurgia na perna interrompida no meio do procedimento após a equipe médica perceber que a caixa de instrumentos estava molhada. Com isso, a operação foi cancelada e o paciente deve passar por uma nova cirurgia nesta quinta (14).
O caso ocorreu no Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que os instrumentos cirúrgicos estavam molhados devido ao próprio processo de esterilização e que não havia uma segunda caixa estéril disponível com os instrumentos específicos necessários.
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O órgão também informou que "está trabalhando em melhorias de processos para que situações como essa não ocorram mais" (leia as notas completas no fim da reportagem).
Pablo Amado Silveira sofreu um acidente de moto em 2022. Um carro cortou a frente da moto e o jovem, então com 19 anos, quebrou o fêmur.
Dias depois, ele passou por uma cirurgia no Hospital Regional de São José, mas, no ano passado, descobriu que precisaria passar por outro procedimento. Era preciso corrigir um defeito na recuperação do osso da perna.
O procedimento aconteceu em 7 de agosto. Porém, o resultado não foi exatamente o esperado.
"Deram uma anestesia, cortaram a minha perna para começar a fazer cirurgia. E aí que observaram que o material estava contaminado e resolveram cessar cirurgia, fechar a perna e deixar por isso mesmo", relatou o paciente.
Está tudo documentado. No prontuário do Pablo, o médico relatou que "a instrumentadora informou que a caixa que estava sendo utilizada no procedimento encontrava-se contaminada (molhada)".
Pablo Amado Silveira precisou fazer uma cirurgia após sofrer um acidente de moto
Arquivo pessoal
O corte foi limpo, fechado e o paciente recebeu a indicação de "antibiótico". Pablo continua internado, recuperando-se do procedimento que foi feito na semana passada.
"Ele está vivendo todas as consequências de um pós-cirúrgico sem ter feito a cirurgia, então ele está internado e vai ficar fazendo esse acompanhamento para daí fazer uma nova cirurgia", disse a mãe de Pablo, Scheila Cristina Amado.
Ela chegou a registrar um boletim de ocorrência, mas espera que o filho se recupere logo. "Era uma cirurgia agendada, programada. Então com certeza existe algum erro ali nesse procedimento da equipe, na organização desse material, porque eu imagino que quando o médico entra no centro cirúrgico isso tem que estar preparado", declarou.
"O que eu quero na verdade, é que ele seja atendido da maneira mais humanizada possível e que ele consiga seguir a vida dele", resumiu a mãe.
Motociclista Pablo quebrou fêmur após carro cortar a frente de moto em SC
O que diz a secretaria
A direção do Hospital Regional de São José informa que o paciente em questão encontra-se estável, passa bem e recebendo os cuidados necessários. A cirurgia eletiva foi reagendada para esta semana.
É importante reforçar que todas as ações tomadas durante a cirurgia do paciente na última quinta-feira, 7 de agosto, foram para proteger a sua saúde e segurança, minimizando qualquer risco de infecção. Nesse sentido, após ter sido identificado umidade na caixa de instrumentos, o procedimento precisou ser interrompido.
A direção atua para prevenir eventos adversos que coloquem em risco os pacientes e está trabalhando em melhorias de processos para que situações como essa não ocorram mais.
Questionada sobre o motivo do material cirúrgico ter ficado molhado, e se não haveria como substituir por outro devidamente esterilizado, a Secretaria enviou nova nota:
A cirurgia foi cancelada temporariamente após a equipe identificar que a caixa de instrumentos cirúrgicos apresentava umidade, resultado do processo de esterilização. Cumprindo os protocolos de segurança e controle de infecção, qualquer indício de umidade nos materiais impossibilita o uso, pois pode comprometer a esterilidade necessária para o procedimento.
Quanto a não utilização de outra caixa, informamos que, naquele momento, não havia uma segunda caixa estéril imediatamente disponível com os instrumentos específicos necessários para aquela cirurgia. A decisão de adiar o procedimento foi tomada com base no compromisso absoluto com a segurança do paciente, que sempre será prioridade.
A equipe do do Hospital Regional de São José está revisando os protocolos internos para reforçar os processos e evitar que situações como essa voltem a ocorrer.
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